Recebi esta dúvida de um paciente: “Se eu for diagnosticado só agora com dislexia, aos 30 anos de idade, ainda tem o que fazer?”
Muitos adultos passam a vida escolar sem o diagnóstico, com experiências e lembranças ruins do período escolar, muitas vezes associadas ao bullying , a baixa autoestima e muitas adaptações para poder superar as dificuldades.
Sabemos que a dislexia é um transtorno do desenvolvimento que acompanha o indivíduo durante toda a vida. Os reflexos de uma má condução no processo de aprendizagem por falta de diagnóstico, pode levar o adulto com dislexia a problemas emocionais e sociais, além das dificuldades de leitura e escrita e outras que aparecem nas comorbidades (TDAH, discalculia, disgrafia, disortografia), podendo inclusive refletir nas escolhas profissionais.
Mas quando um adulto disléxico procura uma avaliação fonoaudiológica, muitas são as dúvidas e receios sobre os benefícios da terapia.
Muitos acabam não procurando ajuda por acharem que terapia fonoaudiológica só “funciona” para crianças.
Mas as dificuldades persistentes ao longo da vida podem e devem ser minimizadas! Como melhorar a fluência de leitura, a compreensão, a organização das ideias escritas, aprender estratégias de memorização, estratégias para melhorias ortográficas e demais aspectos que são evidenciados durante a avaliação.
O disléxico já é um vitorioso por ter se adaptado durante a vida acadêmica, mesmo passando por todos os percalços na escola. Poucos chegam na Universidade e alguns ainda desistem no meio do caminho.
Conhecer sobre a dislexia, sobre o funcionamento diferente do cérebro, as dificuldades e habilidades, pode tornar a vida mais leve.
Podemos levar muitos anos para mudarmos o mundo… Mas não podemos levar uma vida inteira sem acreditar que pode dar certo!
Sabrina Vieira da Luz Fonoaudióloga e cofundadora da Domlexia
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