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Nadine Heisler

O que as grandes empresas já sabem (... e você talvez não saiba ainda)









Se você ainda não prestou atenção ao movimento sobre neurodiversidade no mercado de trabalho, está na hora de abrir os olhos para não ficar para trás.


No seu Simpósio/Xpo 2023 em Orlando na Flórida, a Gartner, principal empresa de inteligência para a área de tecnologia listou suas top 10 previsões para 2024 e anos seguintes; elas incluem  visões sobre os caminhos da IA generativa, controle de fakenews, robôs inteligentes, e também... NEURODIVERSIDADE.

A previsão dos especialistas é que até 2027, 25% das empesas listadas na Fortune 500 vão estar ativamente fazendo o recrutamento de talentos neurodiversos, pessoas com dislexia, tdah (déficit de atenção e hiperatividade), autismo, etc.; com o objetivo claro de incrementar a performance de seus negócios.


Os programas de contratação de neurodiversos não tem relação alguma com imposições legais, já faz algum tempo, desde 2017 mais precisamente, que grandes do setor de tecnologia e alguns outros, perceberam o valor agregado de se ter equipes neurodiversas.

Foi nesse ano que 6 grandes empresas se juntaram para discutir e aprender juntas a como contratar e reter talentos neurodivesos. Se tratava nada mais, nada menos do que: Microsoft, EY, SAP, JP Morgan, Ford e DXC Technologies. Juntas formaram o grupo Neurodiversity @ Work Employer Roundtable.

Hoje quase 50 empresas fazem parte do grupo, que inclui outros nomes de peso como HP, Google, Qualcomm, Wells Fargo, Salesforce, Warner Brothers, Chevron e VMware para citar apenas alguns.


E talvez você esteja se perguntando, por que essas empresas estão colocando tantos esforços em entender como melhor contratar e reter profissionais neurodiversos, se não há nenhum tipo de imposição legal para isso?


Bom, as vantagens são muitas, e eles já perceberam isso!


Com habilidades diferenciadas, como atenção a detalhes, identificação de padrões, hiperfoco, visão ampla de situações, resolução de problemas, criatividade, conexão de pontos e pensamento visual; a turma da neurodiversidade traz um olhar diferenciado para as questões do dia a dia, e tira a equipe da inércia.

Num momento em que o mundo olha para inovação não como diferencial, mas como ponte de salvação para a permanência no mercado, ter equipes onde a neurodiversidade está presente com todas essas habilidades, garante que o resultado de qualquer trabalho será no mínimo mais autêntico e inclusivo.


Já existem diversos estudos e casos que comprovam o aumento da inovação pela adoção de equipes neurodiversas, casos como o da SAP que em um único projeto teve uma economia de mais de U$40milhões, ou a EY que teve projetos que levavam em média 2-5 semanas para serem concluídos passarem a levar 3 dias por uma inovação no processo.


A realidade é que quando pensamos todos iguais dificilmente mudamos o status quo, a inovação vem da divergência, do olhar diferenciado.


Os programas de neurodiversidade adotados por essas empresas tem trazido outros benefícios além da geração de inovação, incluindo maior retenção de talentos, melhoria na reputação da empresa tanto interna como externamente pois os neurodiversos são mais de 20% da população, e isso quer dizer que é 20% do seu mercado consumidor, além de ser 20% dos seus potenciais colaboradores.

Se são tantos, não é de se imaginar que naturalmente estariam sendo contratados pelas empresas?


A verdade é que os ambientes corporativos não atraem e até expelem os profissionais neurodiversos, existem barreiras desde o momento de seleção e recrutamento, na avaliação de desempenho, na cultura organizacional e até no ambiente físico de trabalho.

Por isso é que existe um grupo que trabalha junto nessas grandes empresas, porque elas simplesmente não sabiam nem contratar nem reter esses talentos.

No caso do autismo, o índice de desemprego é absurdamente maior do que na população típica, estudos mostram que 85% dos adultos com a condição estão desempregados (mydisabilityjob.com).

Já no caso da dislexia, enquanto os disléxicos são 35% dos empreendedores (embora sejam cerca de 15% da população em geral), são menos de 10% dos gerentes corporativos (Small business Britain research), mostrando que buscam outros caminhos onde certas barreiras não estão colocadas.


São as barreiras sociais que criam as dificuldades, não as diferenças pessoais, e isso as grandes empresas já perceberam e estão transformando. E a sua empresa? Também quer inovar?


E ainda tem mais um bônus, o ambiente interno fica melhor, porque as lideranças passam a ter mais atenção individual aos membros da equipe, e entender quais são os talentos de cada um, de todos!




Nadine Heisler

Educadora e Coordenadora do Instituto Domlexia

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